sábado, 26 de outubro de 2013

She Dies

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Por um momento, eu estava desaparecendo. A centelha de vida que outrora resplandecia, extinguiu-se num súbito ato de fé incalculada. Não havia motivos para não acabar de uma vez com essa falsa esperança. Mas assumo! Chegou de forma arrebatadora, preencheu-me em um abraço frio, porém, de completa ternura. E em meu âmago, confuso e ambíguo, sentia que de certa forma nos entendiamos. Que ao fim da ultima badalada, era ela quem sempre estaria ali, para mim. Cheguei a sorrir, cheguei a negar, até mesmo a acreditar.

Contudo, seria incorreto dizer que o sentimento que embasava nossa singela, porém intensa convivência, era definida pelo desejo. Existia entre nós, apenas um elo compactual, onde a reciprocidade se afastava a curtos passos, porém, decididos. Presumindo que minha filosofia beire ao ínfimo, uma humilde conjectura ganhou espaço em meu coração e em minha mente. — Porque não mata-la?

Uma vez sussurrada em sua entonação sutil, não havia mais volta. Estava entorpecido, completamente seduzido. Sim, ela morreria! Tal perspectiva
aflorou um sadismo adocicado, e então, com meu espirito vislumbrado pela possibilidade clara de homicídio, coloquei fim ao elo que nos unia.

O tempo é relativo ao observador, então não saberia ao certo definir o período de tempo ao qual minha alma, agora vil e mesquinha para com minha finada companheira, levou para dar cabo de tudo. Mas confesso aqui, só para você, que o punhal me fora dado, quando ouvi o seu: — "Oi, tudo bem?" — Que a sede de sangue, surgiu quando me ofereceu uma dose de carinho, e que minhas mãos se sujaram de sangue, quando ouvi aquele primeiro — "Eu te amo" — Foi tudo tão rápido, que mal pude perceber. A matei, gostei, sorri e faria de novo, se a recompensa for unicamente você.

Por você, tornei-me um assassino. Matei a solidão, provei da sensação, e novamente assumo, eu gostei disso!

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